

foi assim,
como ver o mar...
Meu primeiro contato com a psicanálise foi pelo divã. Ainda adolescente, procurei minha primeira psicanalista. Depois, adulta, e cada vez mais interessada pelo processo psicanalítico em si, o que passei a procurar foram grupos de estudos em psicanálise.
Além dos grupos informais e espontâneos com colegas, como o Aprendimentos Clínicos em São Paulo, fiz parte da primeira turma do curso sobre Neoliberalismo e Gestão do Sofrimento Psíquico, do Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise da USP, somadas às aulas no Laboratório de Pesquisa Psicanálise, Saúde e Instituição, na mesma universidade. Fora dela, passei a estudar psicanálise no Espaço Mutabis, um coletivo de estudos críticos sobre psicanálise, que convoca constantemente o exercício de uma clínica atual, brasileira e diversa.
Essa circulação entre mundo acadêmico e espaço público me levou ao voluntariado como psicanalista da Clínica Pública Rua do Rio, na comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, cidade onde passei a viver depois da pandemia.
Antes de me tornar psicanalista, fui assessora na Secretaria de Direitos Humanos de São Paulo e me formei socióloga pela Fundação Escola de Sociologia e Política. Lá também fui vendedora de livros e de quadros.
Enfim, foram muitos os cursos, percursos e recursos, dos mais teóricos aos mais práticos, mas a veia poética não apareceu com nenhuma capital ou cidade grande, e sim nasceu comigo em Ponta Grossa, interior do Paraná, há mais de 30 anos. É ela que me permite, junto da técnica, escutar com sensibilidade.